2008-08-31

Outão e a co-incineração de resíduos


Poucas linhas e menos palavras para um problema mais político do que ambiental que desde há quase uma dezena de anos é objecto de notícia e de debate, de polémica quantas vezes suportada por argumentos panfletários.

Escreve Ana Nunes, numa notícia do Público (edição de 08/08/30), que “Os municípios de Setúbal, Sesimbra e Palmela apresentaram, quinta-feira, uma acção cautelar no Tribunal Administrativo de Almada para suspender a declaração de impacte ambiental (DIA) do secretário de Estado do Ambiente respeitante à co-incineração de resíduos industriais perigosos na cimenteira Secil, no Outão”.

Argumenta o advogado daquelas autarquias, recorrendo a “um estudo levado a cabo pela Universidade de Coimbra” que “a exposição prolongada a pequenas concentrações de dioxinas leva à morte das células” - e, consequentemente, concluímos nós, à exposição das pessoas e das populações ao risco de contraírem doenças de natureza oncológica.

Não contestamos os riscos, mas duvidamos dos argumentos. Porque no caso concreto da SECIL, no Outão, com ou sem co-incineração, o que deveria ser objecto de discussão é a localização da cimenteira, na margem direita do estuário do Rio Sado, na periferia do Parque Natural da Arrábida. Todavia, por razões de estratégia política – devido ao impacte social e económico na região - a deslocalização da fábrica é um tema “tabu”.

E porque é “tabu”, discute-se a co-incineração.

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Ilustração: Fotografia recolhida em Vistas do Rio Sado.

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