2007-08-22

Um caso de polícia


Vi na televisão e acompanhei pelos jornais. Um movimento informal, autodenominado Movimento Verde Eufémia, mobilizou um grupo de pessoas – sobretudo de jovens, que participaram na 19ª edição do Ecotopia, em Aljezur – para, na sexta-feira, invadir uma propriedade particular e destruir parcialmente uma cultura de milho transgénico. No concelho de Silves, no Algarve. Em Portugal, em 2007.

Quaisquer que sejam as suas motivações – os objectivos entretanto divulgados são, no mínimo, muito discutíveis – eu contesto a acção, reprovo-a, e afirmo que não será – não é – pela violência que se promove uma ideia. Sobretudo num regime político que queremos que seja de direito e democrático.

O Movimento Verde Eufémia não é um movimento ecologista. Gualter Baptista, que não sei quem é mas foi apresentado como porta-voz do movimento, assegurou que pretendiam homenagear as “lutas camponesas no Alentejo”. Que são memória de um período histórico recente, muito conturbado – o PREC, Processo Revolucionário em Curso –, que a maioria dos cidadãos portugueses rejeitou.

Eu, em 1975, retornado de Moçambique, contestei-o. Não me importando de ser acusado de reaccionário. Com a mesma certeza com que hoje afirmo que a acção do Movimento Verde Eufémia não teve (não tem) quaisquer objectivos ecológicos. Foi, é, um caso de polícia.


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