2005-03-28

O conteúdo funcional dos TSA


Sabemos que há Técnicos de Saúde Ambiental (TSA) frustrados com as actividades que exercem nos serviços de saúde, sobretudo no Serviço e Saúde Pública dos Centros de Saúde. Sabemos, também, de alguns jovens que abandonam o curso de Saúde Ambiental porque as perspectivas de realização profissional não são aliciantes. Sabemos igualmente que há TSA a desempenharem funções que não são compatíveis com a formação que obtiveram nas escolas que frequentaram. Sabemos, ainda, que há TSA que ocupam cargos relevantes mas que, em alguns casos, publicamente omitem a formação em saúde ambiental.

O que nós sabemos é do conhecimento comum, isto é, de todos os TSA. Mas não vemos os TSA de facto empenhados em defrontar estes problemas, interessados em analisá-los e a proporem soluções que objectivem a promoção dos TSA nos planos académico, profissional e social.

Talvez a solução – é apenas uma proposta – radique na reformulação do conteúdo funcional da profissão. O que está publicado, melhor, os que estão publicados, são redutores e contraditórios, não beneficiam os TSA.

Entendemos que é tempo dos TSA se debruçarem sobre esta matéria.

Escrevam-nos, apresentem-nos propostas. Num comentário – clicando sobre comments – ou por e-mail: teessea@iol.pt.

1 comentário:

Manteigas disse...

Ora cá vai a minha pequena contribuição para esta grande questão. Refiro-me obviamente ao conteúdo funcional do Técnico de Saúde Ambiental e ao que aqui foi dito em relação a isso.

Tal como em qualquer outra área profissional, também em Saúde Ambiental haverá sempre, e desculpem-me a expressão, os bestiais e os bestas, os bons e os maus, os inconformados e os conformistas.
Relembro também que todos os anos e em todos os cursos, muitos são aqueles que decidem mudar o seu trajecto académico e são os que ficam que irão contribuir para as pretensas mudanças em Saúde Ambiental.
Serão poucos os colegas que se lembrarão do ProFeJA (Programa de Férias para Jovens Associados), desenvolvido pela ANSA, que consistia num estágio de observação, que decorria em período de férias e cujo objectivo era possibilitar aos alunos de 1.º e 2.º ano, um primeiro contacto com o mundo laboral e que nada tinha a ver com as escolas e com os estágios por elas desenvolvidos. Dessa forma tentava-se proceder à "selecção natural", para que os alunos que optassem por continuar a estudar saúde ambiental, fossem aqueles que realmente tinham gosto por aquilo que se fazia. Recordo-me de ler alguns relatórios de ProFeJA onde eram referidas as imensas dificuldades que reconheciam ter que vir a enfrentar (e que não lhes eram escondidas aquando do estágio), sendo essas dificuldades encaradas como catalizadoras desse inconformismo a que me referi à pouco.

No que concerne ao conteúdo funcional dos TSA, discordo que a sua reformulação seja parte da solução que procuramos para os problemas existentes. Não há nada que se faça actualmente, seja em Saúde Pública, Higiene e Segurança ou em Ambiente que não esteja lá referenciado. Julgo que o problema que se coloca é que, independentemente de se ter competência técnica reconhecida para o desempenho qualitativo em Saúde Ambiental, obviada pela delegação de competências prevista no DL 286/99, de 27 de Julho (falo especificamente para o exercício de funções em Saúde Pública), toda a legislação sectorial existente, objectiva a presença das autoridades de saúde em actos e actividades que podem e devem ser desempenhadas pelos TSA. Se essa delegação de competências devem ser materialmente reconhecida (e julgo que sim)é outra questão.

Falemos então agora da carreira dos TDT. Não podemos apontar baterias à (des)integração da área de Saúde Ambiental da carreira dos TDT, sem que consigamos perceber o contexto em que tal aconteceu.
Relembro que o primeiro curso de Higiene e Saúde Ambiental teve inicio em 90/91 (corrijam-me se estiver enganado), ainda nas Escolas Técnicas dos Serviços de Saúde (vulgos escolas paramédicas). Em 1994 passou a ser curso superior(bacharelato) e actualmente nos encontramos num estadio em que muito poucos acreditavam e que muito poucos conseguiram em tão poucos anos. Concerteza que teriamos que ser integrados nalguma carreira e a carreira dos ditos paramédicos foi na altura a mais óbvia. O problema reside no facto dela ter sido entretanto reestruturada (1999) em função de uma realidade hospitalar em que os TSA não se revêm.
Depois deste "pequeno" preâmbulo, sou da opinião que o próximo passo seria a integração destes profissionais na carreira técnica superior de saúde, sem deixar de evidenciar a importância que tiveram os sindicatos para nos deram uma mão onde nos pudessemos "agarrar". Não devemos, nem podemos ser pretensiosos ao ponto de querer o mundo, quando a nossa vista apenas alcança um horizonte próximo. Juro que não estou a ser conformista. Apenas cauteloso!

Saudações Ambientais.