2005-03-24

O perfil do TSA


Fomos ao Fórum de Saúde Ambiental, criado pelo Victor Manteigas, TSA, buscar esta questão porque entendemos que se trata de uma questão pertinente e que deve ser objecto de reflexão pelos diferentes profissionais de Saúde Pública. Sobretudo, pelos próprios Técnicos de Saúde Ambiental.

Pergunta-se: - “Quando é que vamos mudar a imagem do TSA?”.

A imagem dos TSA não se produz numa associação nem num sindicato, como sugerem alguns dos intervenientes no debate que a questão provocou. E, provavelmente, também não se produzirá numa Escola.

Mas a Escola deverá ter, neste contexto, um papel preponderante. Porque se forma profissionais, deve habilitá-los a exercer uma profissão que seja justa e socialmente reconhecida. Como adverte um participante no debate, se as competências dos TSA não forem valorizadas sócio-profissionalmente, “não passamos de uns licenciados que estão à espera de uma oportunidade para mudar de actividade profissional”.

Sem pretendermos gerar controvérsia, lembramos que a constante evocação do grau académico transparece uma atitude de ressentimento que fragiliza a imagem dos TSA. Como dizia o Prof. Agostinho da Silva (citamos de memória), “o licenciado só tem licença para aprender”.

Relativamente às competências, também lembramos que os TSA são prejudicados sobretudo por duas razões, há muito tempo identificadas mas que aparentemente são negligenciadas:

- Desempenham uma profissão que no universo social continua, sem pretendermos ferir a personalidade desses profissionais de saúde, associada ao papel dos Agentes Sanitários.

- Exercem uma profissão que não é percebida pela generalidade da população e, no âmbito restrito dos Serviços de Saúde, é, eventualmente pelo mesmo motivo, depreciada pelos outros profissionais.

Estas razões têm um carácter quase obsoleto, mas persistem. Embora se reconheça que:

- No contexto dos serviços de saúde, os TSA integram a Equipa de Saúde Pública na qual desempenham funções específicas que são diferentes mas complementares das que são exercidas pelos outros profissionais de saúde, engenheiros, médicos, etc. Isto é, são iguais.

- No plano social, a projecção da Escola é um factor relevante, Mas onde está a escola
?

Apesar destas contrariedades e de exercerem uma profissão nova (com cerca de uma dezena de anos), acreditamos que os TSA se conseguirão impor nos planos profissional e social. Mas, como se diz popularmente, os Técnicos de Saúde Ambiental não devem esquecer que “não é o fato que veste o homem...”.

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