Houve um tempo de Censura, um tempo que só os mais velhos lembram, durante o qual a liberdade de expressão esteve condicionada à ideologia política do regime que acabou em Abril de 1974. Passaram-se 35 (trinta e cinco) anos.
Saudosos desse tempo, hoje, através de recursos pouco menos que maquiavélicos, os detentores do poder puxaram os cordelinhos e acabaram com o telejornal de Sexta-feira apresentado por Manuela Moura Guedes, na TVI.
A Direcção de Informação daquela estação televisiva demitiu-se. Vasco Pulido Valente, que no final de cada emissão do telejornal conversava com Manuela Moura Guedes sobre os temas mais controversos da semana, também se afastou. Por razões éticas.
À beira do estertor político, eu não sei se os detentores do poder esfregarão as mãos de contentamento. Admito, recorrendo a uma expressão do conhecimento de todos, que terão dado um tiro nos pés. E que não tardarão a cair. Não neste país em que vivemos, mas neste país que consentimos.
Até brevemente. Porque nós, cidadãos, ainda dispomos de um direito constitucional: o voto – que usaremos no próximo dia 27 do mês em curso (Setembro). Para repormos a liberdade de expressão, e, sobretudo, para escolhermos outro governo.
Entretanto, noutro plano, começou a contagem decrescente para o fim da TVI… On going!
…………………………………….
Ilustração: Imagem recolhida em Aventar.
Saudosos desse tempo, hoje, através de recursos pouco menos que maquiavélicos, os detentores do poder puxaram os cordelinhos e acabaram com o telejornal de Sexta-feira apresentado por Manuela Moura Guedes, na TVI.
A Direcção de Informação daquela estação televisiva demitiu-se. Vasco Pulido Valente, que no final de cada emissão do telejornal conversava com Manuela Moura Guedes sobre os temas mais controversos da semana, também se afastou. Por razões éticas.
À beira do estertor político, eu não sei se os detentores do poder esfregarão as mãos de contentamento. Admito, recorrendo a uma expressão do conhecimento de todos, que terão dado um tiro nos pés. E que não tardarão a cair. Não neste país em que vivemos, mas neste país que consentimos.
Até brevemente. Porque nós, cidadãos, ainda dispomos de um direito constitucional: o voto – que usaremos no próximo dia 27 do mês em curso (Setembro). Para repormos a liberdade de expressão, e, sobretudo, para escolhermos outro governo.
Entretanto, noutro plano, começou a contagem decrescente para o fim da TVI… On going!
…………………………………….
Ilustração: Imagem recolhida em Aventar.
4 comentários:
Olá colega.
Acredita mesmo naquilo que diz, que "os detentores do poder puxaram os cordelinhos e acabaram com o telejornal de Sexta-feira apresentado por Manuela Moura Guedes, na TVI"?
Eu pessoalmente não creio... o tiro no pé era óbvio demais para que o fizessem nesta altura. Já pensou se não terá sido alguma da oposição para tirar proveitos dessa situação?
Independentemente disso, não acha que já se justificava alguém fazer algo em relação à vergonha de jornalismo que por ali se perpétuava? Ainda assim, muda-se a protagonista mas o texto pode manter-se.
À margem das questões legais, parece-me ter sido uma boa decisão.
Colega,
No uso de um direito de expresão que o regime democrático restabeleceu em 1974, a sua opinião é diferente, distinta da minha.
Quando me pergunta “não acha que já se justificava alguém fazer algo em relação à vergonha de jornalismo que por ali se perpétuava?”, eu, sem me deter na análise crítica da sua socrática afirmação de “vergonha de jornalismo”, respondo-lhe: quem não concordava, podia de facto fazer algo: sintonizava outro canal de televisão e acompanhava outro telejornal.
Quando conclui que “À margem das questões legais, parece-me ter sido uma boa decisão”, permita-me que lhe observe que ao congratular-se com a decisão de acabar com um noticiário televisivo se manifesta favorável ao regresso da Censura.
Colega, não se esqueça: a liberdade de todos nós acaba quando nós não pudermos expressar livremente o que pensamos (e sentimos).
Duarte d’Oliveira
Olá colega,
Tanto quanto julgo saber, não se decidiu acabar com um noticiário televisivo, apenas se "propõem" a mudar-lhe o formato. Em relação à pretensa censura e ao facto de me manifestar favorável ao seu regresso, desengane-se. Sou é favorável ao jornalismo não tendencioso e contra a má-educação, incomprensível numa estação televisiva, emitida em sinal aberto e em horário nobre... mas é, como diz, a minha opinião e apenas isso, ainda que distinta da sua.
Entretanto, e porque antes não lho havia dito, espero que já esteja perfeitamente recuperado.
Um abraço.
Colega,
Começo pelo final do seu comentário: ao princípio da tarde de terça-feira (09/09/01) tive alta do Hospital de Santarém onde (no dia 09/08/23) fui submetido a uma intervenção cirúrgica. Desde então, estou em minha casa, em convalescença e aparentemente a “recuperar” bem – mas ainda sem condições para na próxima terça-feira (09/09/08) me deslocar a Lisboa para me apresentar a Junta Médica da ADSE…
Depois, sobre o jornalismo tendencioso ou não tendencioso e “a má-educação, incomprensível numa estação televisiva, emitida em sinal aberto e em horário nobre” apenas lhe digo que estas são matérias complexas cuja discussão não cabe no espaço de um comentário.
Todavia, para confirmar a minha opinião sobre o telejornal apresentado pela Manuela Moura Guedes, sugiro-lhe que releia o meu “post” “Um episódio tocante” que publiquei em 08/11/29 (http://teessea.blogspot.com/2008/11/um-episdio-tocante.html ).
Enviar um comentário