2009-07-20

Higiene pessoal: Salve vidas, lave as suas mãos


Durante alguns anos, na qualidade de Formador, eu orientei por todo o país dezenas de cursos sobre Higiene em diversas áreas, designadamente numa que eu entendo como específica mas que tarda a ser assim reconhecida, apesar da multiplicidade de riscos que envolve: Higiene Termal.

Em todos os cursos, no espaço de Higiene Pessoal, eu insistia num ponto: o reconhecimento das mãos como o principal veículo para a transmissão de agentes patogénicos. Com a colaboração participativa dos formandos, trabalhadores das unidades industriais ou prestadoras de serviços, revíamos os nossos gestos quotidianos e assinalávamos aqueles que seriam susceptíveis de nos expor (ou de expormos os outros) à acção de agentes causadores de doenças. Em casa, na rua, nos locais que frequentávamos e no local de trabalho. Depois, ainda em conjunto, discutíamos estratégias para progressivamente alterarmos os nossos comportamentos e definíamos procedimentos mais correctos para integrarmos nas nas nossas rotinas e protegermos e promovermos a saúde. De cada um e de todos.

Desde então, passaram-se alguns anos. Durante os quais, por todo o mundo, todos os governos implementaram programas de Higiene Pessoal e desenvolveram campanhas de Higiene das Mãos, destinadas à população em geral mas também aos profissionais de saúde. Em Portugal, ainda recentemente, Correia de Campos, ex-Ministro da Saúde, dizia que os médicos deviam lavar as mãos. E quem dizia médicos dizia também os outros profissionais de saúde…

Foi preciso aparecer um vírus - Vírus Influenza A(H1N1) -, que se transmite (sobretudo) por via aérea e se propaga facilmente, para toda a gente começar a adoptar um procedimento que devia ser um hábito regular, rotineiro: lavar as mãos com frequência, particularmente depois de tocar superfícies eventualmente contaminadas. Corrijo: foi preciso que os jornais, a rádio e a televisão começassem a divulgar o número de vítimas - casos de morbilidade (de doença) e de mortalidade - provocados pela Gripe Porcina (*), com orígem no México, para que as pessoas admitissem que são vulneráveis e se apressasem a atender às informações transmitidas pelas Autoridades de Saúde.

Apesar de, em Maio, a OMS, Organização Mundial da Saúde, ter promovido uma campanha (extensível à população em geral) que aparentemente passou despercebida ou foi menosprezada em Portugal: “SAVE LIVES: Clean Your Hands” – ou, em francês, “Mains Propres : Vies Sauvées”.

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(*) Depois, por razões meramente políticas, denominada Gripe A(H1N1).

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