2009-06-21

Um Acidente de Trabalho – um caso de polícia


Na mesma edição (09/06/11) em que Antonio Astorga anuncia (pág. 65) a publicação (pela editora Mondadori) da novela “Jerusalém”, de Gonçalo M. Tavares, o diário ABC noticia na primeira página, sob a fotografia que reproduzimos, o caso do imigrante boliviano que foi “Explotado hasta perder el brazo”.

O caso pode contar-se em poucas palavras. Francisco Rilles Melgar, de 33 anos, trabalhador numa panificadora na zona industrial de Real de Gandia, na região de Valência, sofreu um acidente de trabalho grave: perdeu parte do braço esquerdo ao operar com uma amassadeira. O proprietário (ou um dos proprietários) da empresa usou um dos seus carros para transportar o trabalhador para o Hospital (de San Francisco, de Borja de Gandia) mas não o acompanhou ao Serviço de Urgências: abandonou-o a cerca de 50 metros de distância… e atirou a parte do braço amputada para um contentor do lixo.

O trabalhador, cidadão boliviano, imigrante, não tinha contrato de trabalho, não estava inscrito na Segurança Social e trabalhava 12 (doze) horas por dia para receber € 700 por mês…

O caso de Francisco Rilles Melgar é mais do que um acidente de trabalho grave: é um caso de polícia. Mas não se deve esquecer, mesmo aquí em Portugal, porque como disse (noutro contexto) o autor de “Jerusalém" “olvidar es un crimen”.

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Ilustração: fotografia da Agência EFE recolhida em ABC.es

1 comentário:

Manteigas disse...

Haja exploração!
Ainda assim, este meu comentário é para perguntar se este cidadão boliviano não é, por acaso, parente do "nosso" Fernando Alvim. :)
Assim que acessei ao blogue e vi a fotografia pensei: "Hãaaaa... o Alvim ficou sem um braço??!!"