“Mafaldisses” é um livro de crónicas. Quando foi editado, há já alguns meses, a autora foi entrevistada pelos jornais e convidada para participar em vários programas de televisão. Depois, o livro foi retirado dos escaparates das livrarias e a autora voltou à rotina do quotidiano.
Um quotidiano no qual se defronta com multiplas barreiras, umas arquitectónicas e outras de natureza cultural. Um quotidiano que é o pretexto para as suas “Crónicas sobre rodas”.
Mafalda Ribeiro, a autora, é uma mulher jovem, tem 25 anos, frequentou jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social e exerce a profissão de Técnica de Comunicação. E, como se observa na badana de “Mafaldisses – Crónicas sobre rodas” (Papiro Editora, 2008, 3ª. Edição), “convive com a Osteogénese Imperfeita e desloca-se em cadeira de rodas”.
A própria Mafalda Ribeiro, na crónica da Semana 17 (o livro está organizado de semana a semana), sob o título de “Cuidado, Frágil”, diz de si, lembrando a doença, que “A minha raridade provoca principalmente fragilidade óssea, o que me obriga a ter cuidado com o meu corpo para não partir constantemente, como se de um cristal frágil se tratasse”.
Fragilidade que não a impede de reivindicar viver como todos os outros cidadãos: - “Ao contrário do que muitos podiam pensar” – afirma na “Semana 3 – Comigo a Noite é uma Criança” – “a minha condição física nunca fez de mim uma menina tímida e recatada. Não sou caseira, assumo”. Mas admite que “No entanto, custa-me sair e não ver cadeiras de rodas nas casas nocturnas”.
Ao longo das 52 Semanas que completam o livro, um ano de crónicas, Mafalda Ribeiro assinala as barreiras culturais – sobretudo os preconceitos, estigmatizantes – e aponta as barreiras arquitectónicas que dificultam se não impedem de todo a autonomia das pessoas com a mobilidade reduzida, temporária ou permanentemente.
A eliminação das barreiras culturais é um problema complexo, porque pressupõe uma cultura integradora, promotora de atitudes diferentes, sem preconceitos em relação às diferenças, que exige a mobilização de todos os cidadãos individual e colectivamente.
Mas a eliminação das barreiras arquitéctónicas também nos compete a nós, profissionais de saúde ambiental: quando emitimos Pareceres Sanitários sobre os projectos que apreciamos, quando participamos em vistorias com outras entidades, e, sobretudo, quando detectamos situações que prejudicam a mobilidade e nos envolvemos na procura de soluções.
Por todas estas razões, “Mafaldisses – Crónicas sobre rodas” é um livro que eu (*) mantenho em cima da minha secretária.
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Um quotidiano no qual se defronta com multiplas barreiras, umas arquitectónicas e outras de natureza cultural. Um quotidiano que é o pretexto para as suas “Crónicas sobre rodas”.
Mafalda Ribeiro, a autora, é uma mulher jovem, tem 25 anos, frequentou jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social e exerce a profissão de Técnica de Comunicação. E, como se observa na badana de “Mafaldisses – Crónicas sobre rodas” (Papiro Editora, 2008, 3ª. Edição), “convive com a Osteogénese Imperfeita e desloca-se em cadeira de rodas”.
A própria Mafalda Ribeiro, na crónica da Semana 17 (o livro está organizado de semana a semana), sob o título de “Cuidado, Frágil”, diz de si, lembrando a doença, que “A minha raridade provoca principalmente fragilidade óssea, o que me obriga a ter cuidado com o meu corpo para não partir constantemente, como se de um cristal frágil se tratasse”.
Fragilidade que não a impede de reivindicar viver como todos os outros cidadãos: - “Ao contrário do que muitos podiam pensar” – afirma na “Semana 3 – Comigo a Noite é uma Criança” – “a minha condição física nunca fez de mim uma menina tímida e recatada. Não sou caseira, assumo”. Mas admite que “No entanto, custa-me sair e não ver cadeiras de rodas nas casas nocturnas”.
Ao longo das 52 Semanas que completam o livro, um ano de crónicas, Mafalda Ribeiro assinala as barreiras culturais – sobretudo os preconceitos, estigmatizantes – e aponta as barreiras arquitectónicas que dificultam se não impedem de todo a autonomia das pessoas com a mobilidade reduzida, temporária ou permanentemente.
A eliminação das barreiras culturais é um problema complexo, porque pressupõe uma cultura integradora, promotora de atitudes diferentes, sem preconceitos em relação às diferenças, que exige a mobilização de todos os cidadãos individual e colectivamente.
Mas a eliminação das barreiras arquitéctónicas também nos compete a nós, profissionais de saúde ambiental: quando emitimos Pareceres Sanitários sobre os projectos que apreciamos, quando participamos em vistorias com outras entidades, e, sobretudo, quando detectamos situações que prejudicam a mobilidade e nos envolvemos na procura de soluções.
Por todas estas razões, “Mafaldisses – Crónicas sobre rodas” é um livro que eu (*) mantenho em cima da minha secretária.
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(*) Tanto quanto sei, o primeiro (e, até agora, o único) TSA que frequentou (há mais de uma dezena de anos) um curso na APD, Associação Portuguesa de Deficientes sobre “Barreiras Arquitectónicas”.
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