Na margem esquerda do Rio Tejo, a cerca de um quilómetro de distância da estrada-do-dique que estabelece a ligação entre Salvaterra de Magos e a aldeia de Escaroupim, a Praia Doce foi durante dezenas de anos um sítio procurado pelas pessoas da região para se divertirem nos períodos de lazer. Dispunham da sombra das árvores, para conversas amenas e prolongados repastos (piqueniques), e das águas do braço do rio para se refrescarem. Então, o Tejo estaria mais contaminado e poluído do que actualmente; todavia, as pessoas não dispunham da informação a que hoje têm acesso e definitivamente (na generalidade) ignoravam os riscos a que se expunham.
Durante anos, mais de 20 (vinte), no âmbito de sucessivos programas de “Vigilância Sanitária das Zonas Balneares”, eu colhi amostras para a monitorização da água no Rio Tejo, elaborei relatórios sobre as condições hígio-sanitarias da praia, identifiquei e avaliei condições de risco – desde a ocorrência de marés, não sinalizadas, a falta de controlo de qualidade da água de abastecimento (transportada por auto-cisternas dos Bombeiros Municipais) e as obsoletas e sempre degradadas (e sujas, sem limpeza regular) Instalações Sanitárias (IS), até à falta de vigilância para prevenir situações de risco e acudir em casos de emergência. Propondo, sempre, a adopção de medidas – reconheço que umas mais complexas do que outras – para a conversão da Praia Doce num sítio seguro e saudável, sem perda (se não mesmo para a valorização) das características naturais do local.
Há talvez uma dezena de anos, a Câmara Municipal, com o recurso a um financiamento da UE, União Europeia, remodelou a Praia Doce: criou infra-estruturas de saneamento básico, construiu pavilhões de madeira sobre estacas para IS, Arrecadações e um Bar. Entre outros erros, o projecto (que não foi submetido a apreciação pelo Serviço de Saúde Pública) incorreu num muito grave: assegurar o abastecimento de água a partir de um poço (de um poço, repito, não de um furo), numa zona inundável ao ritmo das marés…
Há menos tempo, a Câmara Municipal – agora presidida por Ana Cristina Ribeiro - voltou a investir milhares de euros na reabilitação do espaço. Encerrou o poço, construiu um reservatório aéreo para o abastecimento de água, criou um espaço para o estacionamento de automóveis, acabou com o campismo selvagem (o Parque de Campismo do Escaroupim, da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, situa-se a menos de 5 quilómetros de distância) e remodelou as pavilhões. Um investimento inútil.
Durante anos, mais de 20 (vinte), no âmbito de sucessivos programas de “Vigilância Sanitária das Zonas Balneares”, eu colhi amostras para a monitorização da água no Rio Tejo, elaborei relatórios sobre as condições hígio-sanitarias da praia, identifiquei e avaliei condições de risco – desde a ocorrência de marés, não sinalizadas, a falta de controlo de qualidade da água de abastecimento (transportada por auto-cisternas dos Bombeiros Municipais) e as obsoletas e sempre degradadas (e sujas, sem limpeza regular) Instalações Sanitárias (IS), até à falta de vigilância para prevenir situações de risco e acudir em casos de emergência. Propondo, sempre, a adopção de medidas – reconheço que umas mais complexas do que outras – para a conversão da Praia Doce num sítio seguro e saudável, sem perda (se não mesmo para a valorização) das características naturais do local.
Há talvez uma dezena de anos, a Câmara Municipal, com o recurso a um financiamento da UE, União Europeia, remodelou a Praia Doce: criou infra-estruturas de saneamento básico, construiu pavilhões de madeira sobre estacas para IS, Arrecadações e um Bar. Entre outros erros, o projecto (que não foi submetido a apreciação pelo Serviço de Saúde Pública) incorreu num muito grave: assegurar o abastecimento de água a partir de um poço (de um poço, repito, não de um furo), numa zona inundável ao ritmo das marés…
Há menos tempo, a Câmara Municipal – agora presidida por Ana Cristina Ribeiro - voltou a investir milhares de euros na reabilitação do espaço. Encerrou o poço, construiu um reservatório aéreo para o abastecimento de água, criou um espaço para o estacionamento de automóveis, acabou com o campismo selvagem (o Parque de Campismo do Escaroupim, da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, situa-se a menos de 5 quilómetros de distância) e remodelou as pavilhões. Um investimento inútil.
Correctamente: um investimento inutilizado pelo vandalismo de alguns (admitimos que poucos) utentes. Que provavelmente, impunemente, acabaram com a Praia.
Doce, na memória da população salvaterrense.
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Ilustração: Fotografias por Duarte d'Oliveira (2008, Setembro)
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