1. São múltiplos e variados os factores que contribuem para a degradação da qualidade de vida da população portuguesa. Numa perspectiva meramente sanitária, a crise económica que o país atravessa reflecte-se na comunidade de forma diversa; em síntese, é óbvia a falta de meios financeiros (e por conseguinte técnicos e humanos) quer para promover a saúde quer para prevenir a doença.
2. Na área restrita da Saúde Ambiental, componente fundamental da Saúde Comunitária, as acções dos Centros de Saúde são hoje, em termos comparativos com as acções desenvolvidas em períodos anteriores, excessivamente burocratizadas e parcamente eficientes.
3. Apesar do crescimento populacional não controlado provocado pelo movimento migratório, da expansão quantas vezes clandestina das zonas habitacionais, do progresso tecnológico nos mais diferentes domínios, etc., factores que concorrem para a transformação contínua das condições de vida das populações nas zonas urbanas e rurais, nos Centros de Saúde os Técnicos responsáveis, condicionados pelos numerosos diplomas legais aplicáveis nas áreas em que intervêm (ou deveriam intervir), desempenham actividades cuja rotina assume as características da alienação.
4. Efectivamente, aqueles Técnicos de Saúde desenvolvem um trabalho pouco mais que improfícuo, o qual, acentuando a “frustração paralisante” (1) a que foram aparentemente condenados, não beneficiará sequer sofrivelmente a saúde das populações mas assegura o funcionamento normal dos Serviços.
5. Até quando? – é a questão que pomos, finalmente, porquanto, conforme observaram A. E. Martin e D. Oeter (2) “Il se manifeste depuis 1970 une tendance à la création d’institutions nouvelles sous la forme de “Départements de l’environnement”, qui prennent en charge la plupart des fonctions des administrations de la santé en matière de salubrité de l’environnement, sans toutefois prêter pleinement attention à la santé de l’homme ni lui donner la priorité dans leur action. Ces nouvelles institutions paraissent préoccupées surtout de l’écologie et de protection de la nature ».
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(1) Wright Mills, citado por Tomás Maldonado in “Meio Ambiente e Ideologia”, Socicultur. Lisboa.
2. Na área restrita da Saúde Ambiental, componente fundamental da Saúde Comunitária, as acções dos Centros de Saúde são hoje, em termos comparativos com as acções desenvolvidas em períodos anteriores, excessivamente burocratizadas e parcamente eficientes.
3. Apesar do crescimento populacional não controlado provocado pelo movimento migratório, da expansão quantas vezes clandestina das zonas habitacionais, do progresso tecnológico nos mais diferentes domínios, etc., factores que concorrem para a transformação contínua das condições de vida das populações nas zonas urbanas e rurais, nos Centros de Saúde os Técnicos responsáveis, condicionados pelos numerosos diplomas legais aplicáveis nas áreas em que intervêm (ou deveriam intervir), desempenham actividades cuja rotina assume as características da alienação.
4. Efectivamente, aqueles Técnicos de Saúde desenvolvem um trabalho pouco mais que improfícuo, o qual, acentuando a “frustração paralisante” (1) a que foram aparentemente condenados, não beneficiará sequer sofrivelmente a saúde das populações mas assegura o funcionamento normal dos Serviços.
5. Até quando? – é a questão que pomos, finalmente, porquanto, conforme observaram A. E. Martin e D. Oeter (2) “Il se manifeste depuis 1970 une tendance à la création d’institutions nouvelles sous la forme de “Départements de l’environnement”, qui prennent en charge la plupart des fonctions des administrations de la santé en matière de salubrité de l’environnement, sans toutefois prêter pleinement attention à la santé de l’homme ni lui donner la priorité dans leur action. Ces nouvelles institutions paraissent préoccupées surtout de l’écologie et de protection de la nature ».
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(1) Wright Mills, citado por Tomás Maldonado in “Meio Ambiente e Ideologia”, Socicultur. Lisboa.
(2) In “Établissements humains et salubrité de l’environnement”, OMS, Relatório ICP/BSM 002.
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(*) Resumo da Comunicação apresentada por Duarte d’Oliveira nas III Jornadas de Saúde de Aveiro, no âmbito do subtema “Acção do Centro de Saúde na área de Saúde Comunitária não personalizada”, em 1984.
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Ilustração: Fotografia recolhida em JURÉIA - Portal ecológico de Peruíbe
2 comentários:
Brevemente publicaremos o texto da Comunicação.
O texto da Comunicação – sob o tìtulo de “Para proteger a saúde, é preciso melhorar o Ambiente” - está disponível no “Post” que publicámos em 08/10/13:
http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=11164983&postID=3625543487148687799
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