Contrariamente ao que sucedeu nos anos mais recentes, nas ruas da povoação que atravessávamos não havia iluminação natalícia. Nem luzes multicolores nem música.
Observei que, embora de modo tortuoso – por dificuldades financeiras, sobre as quais o governo bem devia reflectir para melhor decidir –, se restituía ao Natal a essência cristã.
O meu interlocutor interrompeu-me para me dizer com brusquidão e indisfarçável dureza: - “Para mim, o Natal é uma dia igual a qualquer outro!”. – E acrescentou: - “Enquanto fui criança, o Pai Natal só distribuía prendas aos ricos!... Eu, se tive brinquedos, precisei de os fazer. Sempre!”
Pressenti que quaisquer que fossem as palavras que eu dissesse só agravariam a mágoa indelével que lhe manchava a alma.
Calei-me.
E enquanto percorríamos a povoação, resignada à sucessão dos dias pobres, o silêncio foi ensurdecedor.
Observei que, embora de modo tortuoso – por dificuldades financeiras, sobre as quais o governo bem devia reflectir para melhor decidir –, se restituía ao Natal a essência cristã.
O meu interlocutor interrompeu-me para me dizer com brusquidão e indisfarçável dureza: - “Para mim, o Natal é uma dia igual a qualquer outro!”. – E acrescentou: - “Enquanto fui criança, o Pai Natal só distribuía prendas aos ricos!... Eu, se tive brinquedos, precisei de os fazer. Sempre!”
Pressenti que quaisquer que fossem as palavras que eu dissesse só agravariam a mágoa indelével que lhe manchava a alma.
Calei-me.
E enquanto percorríamos a povoação, resignada à sucessão dos dias pobres, o silêncio foi ensurdecedor.
…………………………………
Ilustração: Imagem recolhida em GAIA, Grupo de Acção e Intervenção Ambiental.
Ilustração: Imagem recolhida em GAIA, Grupo de Acção e Intervenção Ambiental.
Sem comentários:
Enviar um comentário