Ontem, Domingo (07/02/11), decidi finalmente ver a tão publicitada reportagem “Rosa Brava” que a SIC retransmitiu após o noticiário das 13.00 horas. Confesso que não gostei.
Formalmente, parece-se mais com um episódio de uma telenovela sul-americana do que com um trabalho jornalístico. Numa reportagem, não se encenam situações. Recolhem-se imagens e depoimentos, noticiam-se acontecimentos.
Sobre a matéria - a vida de uma jovem em Casais de Folgosinho, numa das encostas da Serra da Estrela -, enfatizam-se os sonhos adolescentes da Rosa e responsabilizam-se os progenitores pelo abandono escolar. Desprezam-se os factores políticos, culturais e sócio-económicos que condicionarão as atitudes e os comportamentos daquela família, daquelas pessoas.
As intervenções de outras pessoas que participam na reportagem evidenciam atitudes e comportamentos que não se inserem na paisagem serrana. Intervenções que poderiam ser exploradas objectivamente para valorizarem o trabalho jornalístico:
- Em Folgosinho, a professora da Escola – que terá ficado a conhecer os Casais de Folgosinho através da SIC – acentuou a falta de hábitos de higiene do irmão de Rosa, seu aluno.
- Em Gouveia, a Presidente do Conselho Directo da Escola EB2 esclareceu (de modo politicamente correcto) que só com o consentimento dos pais aceitaria a matrícula da jovem - que concluiu o 4º. ano após oito anos de escolaridade.
- À porta de casa, a Técnica do Serviço Social da Câmara Municipal de Gouveia (Psicóloga, pareceu-me ouvir) e a Médica - Médica de Saúde Pública, Subdelegada de Saúde de Gouveia - advertiram inutilmente a Sra. Maria sobre a sua responsabilidade no abandono da escola por parte da Rosa (e implicitamente dos outros filhos).
Talvez noutro trabalho, menos telenovelesco e mais objectivo, se analisem as múltiplas questões que a Reportagem SIC omite. Porque assim é pouco, muito pouco. Como a Rosa há muitos jovens pelo país cujo abandono escolar (*) e condições de vida são questionáveis. E que precisam de respostas, efectivas.
Formalmente, parece-se mais com um episódio de uma telenovela sul-americana do que com um trabalho jornalístico. Numa reportagem, não se encenam situações. Recolhem-se imagens e depoimentos, noticiam-se acontecimentos.
Sobre a matéria - a vida de uma jovem em Casais de Folgosinho, numa das encostas da Serra da Estrela -, enfatizam-se os sonhos adolescentes da Rosa e responsabilizam-se os progenitores pelo abandono escolar. Desprezam-se os factores políticos, culturais e sócio-económicos que condicionarão as atitudes e os comportamentos daquela família, daquelas pessoas.
As intervenções de outras pessoas que participam na reportagem evidenciam atitudes e comportamentos que não se inserem na paisagem serrana. Intervenções que poderiam ser exploradas objectivamente para valorizarem o trabalho jornalístico:
- Em Folgosinho, a professora da Escola – que terá ficado a conhecer os Casais de Folgosinho através da SIC – acentuou a falta de hábitos de higiene do irmão de Rosa, seu aluno.
- Em Gouveia, a Presidente do Conselho Directo da Escola EB2 esclareceu (de modo politicamente correcto) que só com o consentimento dos pais aceitaria a matrícula da jovem - que concluiu o 4º. ano após oito anos de escolaridade.
- À porta de casa, a Técnica do Serviço Social da Câmara Municipal de Gouveia (Psicóloga, pareceu-me ouvir) e a Médica - Médica de Saúde Pública, Subdelegada de Saúde de Gouveia - advertiram inutilmente a Sra. Maria sobre a sua responsabilidade no abandono da escola por parte da Rosa (e implicitamente dos outros filhos).
Talvez noutro trabalho, menos telenovelesco e mais objectivo, se analisem as múltiplas questões que a Reportagem SIC omite. Porque assim é pouco, muito pouco. Como a Rosa há muitos jovens pelo país cujo abandono escolar (*) e condições de vida são questionáveis. E que precisam de respostas, efectivas.
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(*) “De 1995 a 2005, a taxa de insucesso no final do secundário passou de 29,6 por cento para 50,8” – Santana Castilho, “Prova Escrita”, Público, edição de 07/12/11.
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