2007-01-24

“Ventos da minha alma”


Porque todo o tempo é pouco, hoje, enquanto almoçava – no restaurante de (quase) todos os dias, que o Vítor Manteigas já conhece –, folheei um dos livros que andam comigo no carro – “Ventos da minha alma”, um volume que recolhe textos atribuídos a Sebastião Alba.

Comprei o livro na manhã seguinte a ter lido no “Mil Folhas” (suplemento do Público, edição de 07/01/12) a recensão crítica – “Ética, Prática” – assinada por Eduardo Pitta e li-o durante a tarde, em minha casa, enquanto ouvia música, de Bach, de Mozart…

Talvez perceba o título criptográfico do texto do Eduardo Pitta, e, provavelmente pelas mesmas razões, também não gostei do livro.

Basicamente, por duas razões:

Uma: apesar da cumplicidade entre ambos, o Diniz e o Sebastião Alba não eram exactamente a mesma pessoa. O poeta Sebastião Alba não autorizaria a publicação; e o Diniz, tão cioso da família e dos amigos, não permitiria a divulgação dos seus escritos - comentários acidentais ou recados íntimos.

Outra: O volume (editado pela “Quasi”, Novembro de 2006) compreende também um port-folio, por José Delgado Fernandes, preenchido com fotografias do Diniz (Albano Carneiro Gonçalves), na sua fase de sem-abrigo (voluntário?) nas ruas de Braga. Será que os familiares não têm outras fotografias que mostrem o Diniz (ou se quiserem, o poeta Sebastião Alba, enquanto jovem ou adulto – por exemplo de quando publicou “O Ritmo do presságio”, 1974)?

Na contracapa do livro, leio a reprodução de um dos manuscritos, datado de Nazaré, 24/1/91. Passaram-se 17 anos.

Embora não se notasse, hoje almocei com o Diniz - como noutros tempos, na velha cidade do Chuabo -, distantes da sua oração pagã para que “Jesus, nazareno, (…) amigo de pescadores, (…) nestes dias, (...) aplaque os ventos da minha alma”.

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