2006-02-08

Sem subsídio de risco

O Sr. Rui Rio decidiu no final do ano passado suspender o pagamento do subsídio de risco aos trabalhadores da Câmara Municipal que recolhem o lixo durante a noite na cidade do Porto. Parece que a atribuição do subsídio foi considerada irregular, pela Inspecção-Geral da Administração do Território, por não estar regulamentada. Um bom pretexto para, em tempo de contenção financeira, o Sr. Presidente da CMP (Câmara Municipal do Porto) meter a mão no bolso dos cantoneiros e sacar a cada um 115 Euros por mês.

Legitimamente, os trabalhadores prejudicados manifestaram-se contra a arbitrariedade da decisão, reivindicaram a regularização do subsídio desde a data da suspensão e optaram pelo recurso à greve. Uma forma de luta perversa porque debilita os já magros vencimentos dos cantoneiros enquanto engorda, na mesma proporção, o erário autárquico.

Entretanto, durante a greve, o lixo acumulou-se nas ruas da cidade da foz do Douro expondo a população aos riscos associados à insalubridade ambiental. Um problema de Saúde Pública. Que tenderá a agravar-se se não forem adoptadas medidas objectivas, concretas, para o resolver.

A requisição civil dos cantoneiros será uma dessas medidas, de natureza política, no mínimo autocrática. Outra, também de natureza política mas socialmente correcta, consiste na regularização dos salários dos trabalhadores.

Admitimos que o bom senso prevalecerá. Porque se a recolha do lixo é uma tarefa árdua, que expõe os trabalhadores a múltiplos riscos, executá-la durante a noite é muito mais penosa. Como o Sr. Rui Rio e outros autarcas sabem. Decerto que sabem…
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Fotografia recolhida em www.oprimeirodejaneiro.pt

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