Anteontem (06/01/17), pelo noticiário das 20.00 horas transmitido pela SIC, soube que o Sr. Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, comunicou, aos dirigentes sindicais com quem se reuniu, que, para o ano em curso, o aumento do subsídio de refeição dos funcionários públicos será 0,03 euros. De outro modo, de 3 cêntimos.
Num país onde o preço mínimo de um café (bica, cimbalino, etc.) é 0,50 €, os funcionários públicos precisarão de trabalhar durante 17 (dezassete) dias para poderem tomar um café com o aumento (do subsídio de refeição, diário) que o Sr. Ministro agora lhes concedeu. Se, entretanto, o preço do café não for alterado, devido aos novos preços dos combustíveis, da electricidade, da água…
Eu não ouvi a justificação de Teixeira dos Santos. Mas admito que não se afaste da lenga-lenga do costume: crise económica, baixa produtividade, contenção de despesas…
O Estado é – em Portugal – a única entidade patronal que não sabe quantos trabalhadores emprega. Poderão ser mais, talvez sejam menos. Estima-se que sejam 800 000.
Sem ser necessário recorrer à matemática, uma disciplina que a generalidade dos estudantes portugueses não domina, com duas ou três operações de aritmética (multiplicação) verificaremos que o encargo mensal suportado pelo Estado será de cerca de 600 000 €. Pouco mais de 6 (seis) milhões de euros por ano. Um valor pouco significativo em termos macroeconómicos. Uma exorbitância! – contestará o Sr. Ministro.
Que integra um governo que atribuiu, a fundo perdido, um subsídio de 3 (três) milhões de euros à organização do Dakar para que a prova tivesse início em Lisboa, no final do ano passado. Sob o pretexto de que aquela competição (desportiva?) contribui para o reconhecimento das competências do país, para a promoção do turismo, para o fomento do canal HORECA (HOtéis, REstaurantes e CAfés) … Eu duvido.
Nas crónicas de “O outro lado do Dakar” que a Margarida Pinto Correia publicou diariamente no Público, a pobreza foi uma constante. Constrangedora.
Na Mauritânia e no Mali, entre outros países africanos atravessados pelo rali, a população continua tão pobre como há vinte anos, quando a prova se estreou. Ou ainda mais pobre.
Mas lá para o fim do ano há mais rali. Lá e cá. Mais circo, menos pão. E a mesma lenga-lenga…
……………………..
Imagem recolhida em http://www.weebls-stuff.com/community/fanart/index.php?offset=30&cat=0
Num país onde o preço mínimo de um café (bica, cimbalino, etc.) é 0,50 €, os funcionários públicos precisarão de trabalhar durante 17 (dezassete) dias para poderem tomar um café com o aumento (do subsídio de refeição, diário) que o Sr. Ministro agora lhes concedeu. Se, entretanto, o preço do café não for alterado, devido aos novos preços dos combustíveis, da electricidade, da água…
Eu não ouvi a justificação de Teixeira dos Santos. Mas admito que não se afaste da lenga-lenga do costume: crise económica, baixa produtividade, contenção de despesas…
O Estado é – em Portugal – a única entidade patronal que não sabe quantos trabalhadores emprega. Poderão ser mais, talvez sejam menos. Estima-se que sejam 800 000.
Sem ser necessário recorrer à matemática, uma disciplina que a generalidade dos estudantes portugueses não domina, com duas ou três operações de aritmética (multiplicação) verificaremos que o encargo mensal suportado pelo Estado será de cerca de 600 000 €. Pouco mais de 6 (seis) milhões de euros por ano. Um valor pouco significativo em termos macroeconómicos. Uma exorbitância! – contestará o Sr. Ministro.
Que integra um governo que atribuiu, a fundo perdido, um subsídio de 3 (três) milhões de euros à organização do Dakar para que a prova tivesse início em Lisboa, no final do ano passado. Sob o pretexto de que aquela competição (desportiva?) contribui para o reconhecimento das competências do país, para a promoção do turismo, para o fomento do canal HORECA (HOtéis, REstaurantes e CAfés) … Eu duvido.
Nas crónicas de “O outro lado do Dakar” que a Margarida Pinto Correia publicou diariamente no Público, a pobreza foi uma constante. Constrangedora.
Na Mauritânia e no Mali, entre outros países africanos atravessados pelo rali, a população continua tão pobre como há vinte anos, quando a prova se estreou. Ou ainda mais pobre.
Mas lá para o fim do ano há mais rali. Lá e cá. Mais circo, menos pão. E a mesma lenga-lenga…
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