O governo a que preside José Sócrates – que aparentemente (*) não figura no “Café Montalto”, do Manuel da Silva Ramos (edição de “Alma Azul”, Coimbra/Castelo Branco, Maio de 2004), apesar de, decerto, tal como nós mas em tempos diferentes, também ter frequentado o café que animava o Pelourinho da cidade da Covilhã – decidiu e o Sr. Ministro das Finanças anunciou que em 2006, o ano que agora começou, o aumento do vencimento dos funcionários públicos será de 1,5%. Mesmo para um leigo em matéria de finanças, um valor abaixo da taxa de inflação que Teixeira dos Santos justificou afirmando (“Frases”, Expresso, 05/12/30) que “O governo não pode garantir o emprego e ao mesmo tempo a melhoria dos salários reais”.
Esta afirmação fez-nos lembrar a de um autarca, muito citado em meados da década de 80 (do século XX), quando por todo o país se instalavam e/ou ampliavam redes de abastecimento de água e paralelamente se intensificava a Vigilância Sanitária dos Sistemas de Abastecimento – vigilância que, na prática, na generalidade dos concelhos, também correspondia perversamente ao controlo de qualidade –, contestava as reclamações dos consumidores dizendo (citamos de memória): - "Já têm água em casa e agora ainda a querem com qualidade!?... ".
Voltemos ao aumento do vencimento dos funcionários públicos. Sendo inferior à taxa de inflação prejudicará o poder de compra e necessariamente a qualidade de vida de uma elevada percentagem das famílias portuguesas. Todavia, não é esse o principal factor que motiva o nosso comentário. Por razões de ética social, o que contestamos é o facto do aumento apesar de irrisório ser igual para todos os escalões da função pública.
Teixeira dos Santos que, tal como nós já tem cabelos brancos, decerto que se lembra que mesmo no tempo do Sr. Marcelo Caetano o aumento era inversamente proporcional ao valor dos vencimentos. Para se reduzirem as diferenças.
É certo que os tempos são outros. E que os argumentos também. Mas, se neste tempo socialista – não marxista e reivindicativamente laico – a «l’ égalité» se estabelece assim, o que devemos esperar de «la fraternité» e de «la liberté»? .
…………
(*) Ainda não concluímos a leitura do livro, um livro mau como documento e pior como texto literário – ou vice-versa –, características que nos exigem um esforço suplementar.
O Manuel da Silva Ramos insiste em escrever, apesar do João Gaspar Simões, na análise crítica de “Os Três Seios de Novélia” que publicou no Suplemento Literário do “Diário de Notícias” (no final dos anos 60), ter assinalado que o autor não seria um escritor…
…………….
Ilustração recolhida em collections.passion.free.fr
Esta afirmação fez-nos lembrar a de um autarca, muito citado em meados da década de 80 (do século XX), quando por todo o país se instalavam e/ou ampliavam redes de abastecimento de água e paralelamente se intensificava a Vigilância Sanitária dos Sistemas de Abastecimento – vigilância que, na prática, na generalidade dos concelhos, também correspondia perversamente ao controlo de qualidade –, contestava as reclamações dos consumidores dizendo (citamos de memória): - "Já têm água em casa e agora ainda a querem com qualidade!?... ".
Voltemos ao aumento do vencimento dos funcionários públicos. Sendo inferior à taxa de inflação prejudicará o poder de compra e necessariamente a qualidade de vida de uma elevada percentagem das famílias portuguesas. Todavia, não é esse o principal factor que motiva o nosso comentário. Por razões de ética social, o que contestamos é o facto do aumento apesar de irrisório ser igual para todos os escalões da função pública.
Teixeira dos Santos que, tal como nós já tem cabelos brancos, decerto que se lembra que mesmo no tempo do Sr. Marcelo Caetano o aumento era inversamente proporcional ao valor dos vencimentos. Para se reduzirem as diferenças.
É certo que os tempos são outros. E que os argumentos também. Mas, se neste tempo socialista – não marxista e reivindicativamente laico – a «l’ égalité» se estabelece assim, o que devemos esperar de «la fraternité» e de «la liberté»? .
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(*) Ainda não concluímos a leitura do livro, um livro mau como documento e pior como texto literário – ou vice-versa –, características que nos exigem um esforço suplementar.
O Manuel da Silva Ramos insiste em escrever, apesar do João Gaspar Simões, na análise crítica de “Os Três Seios de Novélia” que publicou no Suplemento Literário do “Diário de Notícias” (no final dos anos 60), ter assinalado que o autor não seria um escritor…
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Ilustração recolhida em collections.passion.free.fr
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