2008-01-29

Uma quota de CO2 para o Ministério da Saúde


Todos nós sabemos, pelo menos pela comunicação social, que por todo o país estão a ser encerrados diversos serviços públicos de prestação de cuidados de saúde – Maternidades, Serviços de Atendimento Permanente (SAPs), Urgências…

O Governo, através do Ministério da Saúde, argumenta com a optimização dos recursos humanos e tecnológicos para responder melhor às necessidades das populações. Os partidos políticos, na oposição, contestam e contrapõem que a reestruturação em curso obedece apenas a critérios economicistas. E, na generalidade dos concelhos onde aqueles serviços são desactivados, as populações protestam – com o apoio mais ou menos explícito dos autarcas.

Lemos, ouvimos e vemos notícias que justificarão o acompanhamento dos diferentes acontecimentos que se sucedem.

Curiosamente, ou talvez não, em todas essas notícias ainda ninguém se deteve para avaliar o impacto ambiental da reestruturação. Porque o apetrechamento do INEM e das Corporações de Bombeiros com mais viaturas – Ambulâncias, SIVs (ambulância de Suporte Imediato de Vida, VMERS (Viatura Médica de Emergência e Reanimação) - e a consequente intensificação do trânsito automóvel tem custos ambientais, directos e indirectos, que devem ser objecto de estudo e quantificados. Para que se adoptem medidas mitigadoras – ou compensadoras.

No ano em que a OMS estabeleceu que o Dia Mundial da Saúde será de reflexão sobre a “protecção da saúde contra os efeitos das alterações climáticas”, talvez seja oportuno ao Ministério da Saúde ponderar a hipótese de ir ao mercado e comprar uma quota de CO2…

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Ilustração: Desenho recolhido em Cogitare em Enfermagem .


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