2007-09-14

Um humanicida amigo do ambiente


Há uns meses li, algures, uma notícia que anunciava a realização de uma conferência internacional sobre o impacto ambiental dos conflitos armados. O tema da conferência, que terá reunido dezenas de especialistas – políticos, militares, cientistas… -, pareceu-me tão obsceno que não registei a notícia no meu (virtual) Caderno de Apontamentos.

Provavelmente, terei cometido um erro.

Soube hoje, pelo Público (edição de 07/09/13), que, depois de “ter testado com sucesso a maior bomba de vácuo jamais fabricada”, Alexandre Rushkin, Vice-Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, afirmou, enquanto comentava as imagens transmitidas pela televisão estatal: - “é (uma bomba) amiga do ambiente, em comparação com o poder radioactivo das bombas nucleares (…)”.

Aquela bomba amiga do ambiente, que me lembra um insecticida de uso doméstico que “Não danifica as plantas” mas “Elimina todos os insectos do lar", será um "humanicida" ...

No mínimo, um factor perturbador. Que parece querer dar razão ao Claude Lévi-Strauss… Mas, pergunto: : para que servirá a Terra sem a presença humana?

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Ilustração: Cartaz recolhido em
http://www.icicom.up.pt/blog/take2/2005/07/09/quando_mundos_colidem.html

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