Sábado, 07/03/03. Pela manhã, depois de tomar um café e de ler os títulos da primeira página dos jornais que comprara (sempre os mesmos, Público e Expresso), decidi, finalmente, ir a Pombal. Onde àquela hora estaria a começar a Assembleia extraordinária da (renovada) ANSA, Associação Nacional de Saúde Ambiental.
Cerca de 150 km depois, estacionei o carro perto da sede dos Bombeiros Voluntários e diante de um edifício (de construção muito recente) com um conjunto de estabelecimentos ainda vazios. Enquanto manobrava o carro, reparei num pequeno painel que assinalava com uma seta o acesso a um supermercado. Pareceu-me, ao pegar no saco de fim-de-semana, que ali havia qualquer coisa de surpreendente.
De facto, havia – e há. É um acesso pedonal, para o estabelecimento instalado na cave, através de escadas que são um excelente exemplo – didáctico, decerto – para o que não se deve fazer em arquitectura. A inclinação é abismal.
Mas o motivo da minha deslocação à cidade do Marquês que reconstruiu Lisboa após o histórico terramoto de 1755 e que saberia mais de Urbanismo e de Ordenamento do Território do que muitas das figuras que hoje decidem sobre estas matérias, era outro. Encaminhei-me para o Teatro-Cine onde decorria a reunião promovida pela ANSA.
Na recepção, a colega que me atendeu procedeu ao registo da minha inscrição e ofereceu-me um saco com documentação. Indicou-me o acesso à sala – na cave – mas eu observei-lhe que antes de descer e de entrar iria fumar um cigarro – o que fiz, no exterior, apesar de no átrio haver um cinzeiro com pontas de cigarros apagados – . Um bom e acidental pretexto para conversarmos, não precisamente sobre “Os Malefícios do Tabaco” – que o Anton Tchekkov me perdoe a citação – mas sobre o diploma em discussão na Assembleia da República que restringirá a liberdade dos cidadãos que fumam.
Na sala discutia-se o Manifesto do Movimento dos Técnicos de Saúde Ambiental. Discutia-se, sobretudo, se aquele documento – que reflecte uma tomada de posição em relação ao processo em curso de Reestruturação dos Serviços de Saúde Pública – devia ou não devia ser aprovado pela ANSA.
Mais do que dúvidas ou incertezas, o que os colegas transpareceram foi o desconhecimento – que eu partilho – sobre o futuro da prestação de serviços na área da Saúde Ambiental (e, colateralmente, de Saúde Pública) no âmbito do SNS, Serviço Nacional de Saúde. Facto que - admitamos, independentemente de qualquer convicção político-partidária - não abona a favor do Ministro da Saúde, Correia de Campos, nem favorece o governo presidido por José Sócrates.
No final da discussão, sem abstenções nem votos contra, o Manifesto foi aprovado por unanimidade pelos TSA associados da ANSA.
Cerca de 150 km depois, estacionei o carro perto da sede dos Bombeiros Voluntários e diante de um edifício (de construção muito recente) com um conjunto de estabelecimentos ainda vazios. Enquanto manobrava o carro, reparei num pequeno painel que assinalava com uma seta o acesso a um supermercado. Pareceu-me, ao pegar no saco de fim-de-semana, que ali havia qualquer coisa de surpreendente.
De facto, havia – e há. É um acesso pedonal, para o estabelecimento instalado na cave, através de escadas que são um excelente exemplo – didáctico, decerto – para o que não se deve fazer em arquitectura. A inclinação é abismal.
Mas o motivo da minha deslocação à cidade do Marquês que reconstruiu Lisboa após o histórico terramoto de 1755 e que saberia mais de Urbanismo e de Ordenamento do Território do que muitas das figuras que hoje decidem sobre estas matérias, era outro. Encaminhei-me para o Teatro-Cine onde decorria a reunião promovida pela ANSA.
Na recepção, a colega que me atendeu procedeu ao registo da minha inscrição e ofereceu-me um saco com documentação. Indicou-me o acesso à sala – na cave – mas eu observei-lhe que antes de descer e de entrar iria fumar um cigarro – o que fiz, no exterior, apesar de no átrio haver um cinzeiro com pontas de cigarros apagados – . Um bom e acidental pretexto para conversarmos, não precisamente sobre “Os Malefícios do Tabaco” – que o Anton Tchekkov me perdoe a citação – mas sobre o diploma em discussão na Assembleia da República que restringirá a liberdade dos cidadãos que fumam.
Na sala discutia-se o Manifesto do Movimento dos Técnicos de Saúde Ambiental. Discutia-se, sobretudo, se aquele documento – que reflecte uma tomada de posição em relação ao processo em curso de Reestruturação dos Serviços de Saúde Pública – devia ou não devia ser aprovado pela ANSA.
Mais do que dúvidas ou incertezas, o que os colegas transpareceram foi o desconhecimento – que eu partilho – sobre o futuro da prestação de serviços na área da Saúde Ambiental (e, colateralmente, de Saúde Pública) no âmbito do SNS, Serviço Nacional de Saúde. Facto que - admitamos, independentemente de qualquer convicção político-partidária - não abona a favor do Ministro da Saúde, Correia de Campos, nem favorece o governo presidido por José Sócrates.
No final da discussão, sem abstenções nem votos contra, o Manifesto foi aprovado por unanimidade pelos TSA associados da ANSA.
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Ilustração: Foto (de qualidade bem má) por Duarte d’Oliveira, TSA.
Ilustração: Foto (de qualidade bem má) por Duarte d’Oliveira, TSA.
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