2010-04-08

O Dia Mundial da Saúde. No Parque da Saúde


Todos os dias são dias de. Ontem (7 de Abril) foi dia de se celebrar a Saúde – este ano (2010) sob o lema “1000 Cidades, 1000 Vidas”.

Em Portugal, a comemoração oficial decorreu no auditório do INFARMED, Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, no Parque da Saúde, em Lisboa, e cumpriu um programa estruturalmente idêntico ao de anos anteriores.

No discurso de encerramento, Ana Jorge, Ministra da Saúde, começou por dedicar uma “uma palavra especial a todas e a todos os dirigentes” do ministério, evocou a intervenção das autarquias que têm “um papel muito importante na pedagogia do sistema de saúde que (…) deve ser feita junto dos cidadãos, de forma a assegurar um uso adequado e eficiente dos recursos públicos”, assinalou o ruído entre outras preocupações associadas a alguns problemas de saúde que as cidades geram e concluiu afirmando que “Os serviços do Ministério da Saúde enviaram a todas as autarquias um manual que pretende ajudar na implementação de Planos de Habitação e Saúde, elaborado com o apoio da OMS, e que permite fazer um diagnóstico dos principais problemas de saúde detectados em cada população, de modo a orientar as políticas de planeamento urbano e habitação, no sentido de resolver os problemas encontrados”.

Eu (ainda) não conheço o Manual, mas conheço o Parque da Saúde. Um espaço adquirido há cerca de 100 anos para a instalação de um moderno Hospital Psiquiátrico – o Hospital Júlio de Matos. Um espaço verde no centro da cidade onde actualmente (nos antigos pavilhões) estão instalados diversos serviços de saúde (e até uma estação de incineração de resíduos hospitalares…). Que são ao longo do dia sobrevoados por aviões que quase roçam os telhados na fase de aproximação ao Aeroporto da Portela. Um pormenor em que decerto repararam os participantes na sessão: o ruído é tão intenso que cala as conversas, as vibrações perturbam as pessoas mais frágeis e assustam as mais temerosas, que antecipam a tragédia se um avião cair…

O Parque da Saúde (propriedade do Ministério da Saúde) seria (é) um bom pretexto para se reflectir sobre a “gestão do ordenamento do espaço urbano”. Na generalidade, os edifícios estão velhos e degradados, os jardins ao abandono, os arruamentos (as antigas alamedas) deficientemente sinalizados, os passeios pejados de obstáculos que dificultam a movimentação das pessoas com a mobilidade reduzida…

Nos noticiários televisivos a que assisto e no jornal que leio diariamente não foi publicada a menor referência à sessão de comemoração oficial do Dia Mundial da Saúde.

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Ilustração: Imagem recolhida em AVINA

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